segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Arqueólogos encontraram residência de cerca de 2 mil anos

Arqueólogos encontram casa da época de Jesus em Nazaré
Da BBC Brasil

Arqueólogos israelenses revelaram nesta segunda-feira que encontraram os restos da primeira residência encontrada na cidade de Nazaré, no norte de Israel, que pode ser da época de Jesus Cristo.

De acordo com o jornal israelense Haaretz, a descoberta fornece mais dados sobre como era a vida na cidade de Nazaré há cerca de 2 mil anos.

A casa provavelmente fazia parte de um pequeno vilarejo com cerca de 50 residências habitadas por judeus pobres.


Uma porta-voz da Autoridade Israelense para Antiguidades, Yardenna Alexandre, informou que os restos de uma parede, uma cisterna para coleta de água da chuva e um refúgio foram encontrados depois da descoberta do pátio de um antigo convento.

De acordo com Alexandre, os arqueólogos também encontraram potes de argila, do tipo que era usado pelos moradores da Galileia (região onde hoje fica o norte de Israel) na época, uma indicação de que a casa pertencia a uma família judia simples.

"É provável que Jesus e seus amigos de infância tenham conhecido a casa", afirmou a porta-voz em entrevista.

"A partir das poucas provas escritas disponíveis, sabemos que a Nazaré do primeiro século da era cristã era um pequeno vilarejo judeu localizado em um vale", disse Alexandre, acrescentando que até agora "poucas sepulturas da época de Jesus foram encontradas, mas nunca encontramos os restos de residências daquela época".

Um poço também foi encontrado, e os arqueólogos calculam que ele foi construído como parte dos preparativos dos judeus para a Grande Revolta contra os romanos, entre os anos de 66 e 73 d.C.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Sorriso amarelo

Estudo revela que os nobres egípcios da Antiguidade sofriam com as consequências da falta de higiene bucal

André Julião (Revista Isto É)

Se uma dor de dente pode acabar com o dia de alguém no século XXI, é de se imaginar o sofrimento que uma inflamação dentária causava em um morador do Egito Antigo milênios antes da invenção da broca e do creme dental. Uma pesquisa realizada na Universidade de Zurique, na Suíça, concluiu que dentes gastos e abscessos eram o terror daqueles tempos. Trata-se do primeiro estudo aprofundado da saúde bucal de faraós e outros membros da nobreza, feito a partir de uma revisão de pesquisas realizadas em três mil múmias desde 1977. Tais estudos só são possíveis graças às técnicas de mumificação egípcias, capazes de preservar dentes ao longo de milênios.

O levantamento confirma algo que os arqueólogos já suspeitavam. No Egito Antigo, o trigo era processado em moedores de pedra, o que fazia com que pedaços de rocha se soltassem e se misturassem à matéria-prima com a qual o pão era feito. Como alimento abundante sempre foi privilégio dos mais ricos, os nobres tinham as bocas mais prejudicadas. “Quanto mais alta a posição social, pior eram os dentes”, explica o egiptólogo Antônio Brancaglion, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.



Tantos dentes gastos e quebrados aumentavam a demanda por especialistas, o que fez do Egito a terra dos melhores dentistas do Mediterrâneo durante a Terceira Dinastia, por volta do ano 2300 a.C. Já naquela época, os médicos eram divididos em cirurgiões, oftalmologistas, veterinários e dentistas. Graças a seu talento e perícia, muitos deles iam trabalhar em outras cortes, que reconheciam seu talento no tratamento de doenças e fraturas. Além de extrair dentes quebrados e podres, os dentistas da época drenavam abscessos e faziam até pontes dentárias, prendendo um dente solto a outro saudável. “Eles usavam fios de metal, normalmente ouro, para fazer esses anéis”, diz Brancaglion. Vale lembrar que uma infecção na boca poderia levar à morte na era pré-antibióticos.

O estudo suíço também revela as outras utilidades das arcadas dentárias dos egípcios. Segundo os pesquisadores, os trabalhadores usavam os dentes como ferramenta para segurar cordas, no caso dos pescadores, e para esticar couro, numa profissão que hoje seria equivalente à de um sapateiro. Pobres ou ricos, porém, dividiam a mesma carência de higiene bucal. “Eles usavam um talo de papiro ou junco para tirar os restos de alimentos dos dentes e depois enxaguavam suas bocas. Só isso”, afirma Brancaglion. Mesmo numa época em que o abismo entre ricos e pobres era tão grande ou maior do que hoje, todos dividiam a mesma dor.


sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Problema moderno e antigo

Estudo em múmias confirma que o homem já sofria de problemas cardiovasculares há mais de 3 mil anos.
Agência FAPESP

Um grupo internacional de cientistas descobriu que problemas cardiovasculares eram conhecidos dos antigos egípcios, indicando que é preciso olhar além dos fatores de risco modernos para compreender adequadamente as doenças do coração.
Os pesquisadores identificaram a formação de arteriosclerose em múmias com cerca de 3,5 mil anos. O endurecimento da parede arterial, causada pelo depósito de gordura, cálcio ou outras substâncias na parede das artérias, pode provovar infarto ou derrame.

O estudo foi apresentado em reunião da American Heart Association nesta terça-feira (17/11), em Orlando, nos Estados Unidos, por Randall Thompson, professor de medicina do Mid America Heart Institute. Um artigo sobre a pesquisa será publicado na edição desta quarta-feira (18/11) do Journal of the American Medical Association (JAMA).

O grupo usou tomografia computadorizada para examinar em raio X 20 múmias do Museu de Antiguidades Egípcias, no Cairo. As múmias datam de 1981 a.C. a 364 d.C.

Os cientistas encontraram evidência de vasos sanguíneos e de tecido do coração em 13 múmias. Em quatro, o coração estava intacto. O grupo confirmou em três delas sinais inequívocos de arteriosclerose, com outras três consideradas como prováveis portadoras de endurecimento arterial.

Segundo o estudo, a calcificação se mostrou significativamente mais comum em múmias de indivíduos que morreram com idade estimada de 45 anos ou mais. Não foi verificada diferenças no endurecimento nas artérias entre homens e mulheres.

Da múmias analisadas, a mais antiga com arteriosclerose morreu entre 1570 a.C. e 1530 a.C. De acordo com o grupo, o trabalho é novo indicador de que a doença não é exclusiva do homem moderno, uma vez que se fazia presente há mais de 3 mil anos.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Água na Lua!

Dados do impacto de sonda da Nasa confirmam água na Lua

da Folha Online

Os resultados do impacto que a Nasa (agência espacial norte-americana) realizou com uma sonda na Lua confirmaram quantidade significativa de água no satélite da Terra, divulgou a agência nesta sexta-feira (13).

A água representa um potencial recurso para sustentar uma futura exploração lunar.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Machu Picchu

Fonte: EPTV.com

Aventura internacional em Machu Picchu, um Santuário Histórico Patrimônio da Humanidade. Este foi o destino do programa Terra da Gente.

No topo do mundo,os repórteres Helen Sacconi (texto) e Antonio Luiz (imagens), sobem a cordilheira dos Andes, no Peru, nas trilhas da civilização Inca. Nas altitudes andinas o povo Inca já construía um império, enquanto o Brasil ainda nem tinha sido descoberto. Agora, pesquisadores desvendam histórias e segredos desta civilização milenar.

Machu Picchu foi escolhida pela Unesco Santuário Histórico Patrimônio da Humanidade. A cidade peruana, construída a quase três mil metros de altitude, faz parte da complexa civilização Inca, um império nas Américas tão antigo quanto os reinados da Europa. Para o povo Inca, nas montanhas da Cordilheira dos Andes está a origem de tudo. Por milhares de anos, desenvolveram uma sociedade de cultura e técnicas de construção avançadas. Eles fizeram surgir nas alturas uma civilização sem igual em outra parte do mundo.

Para chegar até a cidade perdida dos Incas, a jornada nas trilhas tem caminhada e muita cavalgada. O destino é Machu Picchu, mas, entre montanhas e gelo, são muitas as aventuras pelo caminho da nossa equipe. Guiados por xamãs - descendentes dos Incas, os repórteres do Terra da Gente participam de rituais sagrados. Um desses rituais é mascar folha de coca, uma forma de amenizar a baixa quantidade de oxigênio. O desafio da cavalgada dos nossos repórteres é chegar ao topo da montanha sagrada, a uma altitude de 4.500 metros. Uma aventura que termina num grande lago glacial. No meio do caminho, a rota Inca surpreende os aventureiros com a Floresta Amazônica peruana. As flores e as aves dão mais vida às trilhas de Machu Picchu. A peregrinação à velha montanha está perto do fim. O que não termina para os nossos aventureiros são as novas descobertas nas trilhas do império Inca. O povo das cordilheiras andinas tinha conhecimento de astronomia e dominava técnicas de construção e agricultura. As últimas escavações indicam que ainda existem muitos segredos sob as ruínas da cidade sagrada.

Em Machu Picchu, se abre um espetáculo da história da humanidade: a vista privilegiada permite observar as características das ruínas. A construção tem o formato de um condor, ave símbolo de força e liberdade para os moradores dos Andes. É separada em dois grandes setores: o agrícola, onde estão os degraus de experiências e plantio; e a cidade em si, com casas e templos para adoração dos deuses. A construção segue o padrão visto em outras ruínas do Vale Sagrado. Pedras de granito branco pesando toneladas formam estruturas com acabamento e encaixes tão perfeitos que intrigam até mesmo os engenheiros modernos. A geologia é composta por rochas de 250 milhões de anos. A cidade foi construída a partir da base do rio para cima, técnica contra as erosões. E a obra do império Inca não para de surpreender. Um novo caminho foi desvendado em julho deste ano (2009), na montanha atrás das ruínas. Primeiras impressões

Umbigo do mundo. Assim é chamada a capital do povo inca, no Peru. É uma das cidades mais antigas do continente. Há indícios de sua existência 5 mil anos antes de Cristo. Estamos em Cuzco. A cidade de 450 mil habitantes é uma das mais altas do mundo. Está a 3.500 metros de altitude e é o ponto de partida da nossa aventura. Nosso objetivo é chegar a uma das maravilhas do mundo: o santuário histórico de Machu Picchu.

Quase todos que visitam a cidade inca mais famosa, passam antes, por aqui. Em língua indígena, além de umbigo, Cuzco quer dizer centro. No entanto, no mapa, o município está localizado ao sudeste do Peru. Por terra, até Machu Picchu são 110 km de distância. E dezenas de caminhos incas ligam as duas cidades. Nas ruas, muitos contrastes.

Nos arredores da capital inca, uma muralha para proteger o império de ataques demonstra a habilidade dos homens que viveram há milhares de anos neste local. É a fortaleza Saqsaywaman, que significa falcão. Alguns especialistas a consideram mais importante até do que Machu Picchu.

A obra levou 77 anos para ficar pronta e resistiu a tremores e vendavais até a invasão espanhola no Peru em meados de 1500. Hoje, o que se vê são apenas 20% do conjunto arqueológico. O suficiente para atrair milhares de turistas todos os anos. Seguindo caminho ao sul, em direção a Machu Picchu, entramos na área conhecida como Vale Sagrado. O nome não é consequência do acaso.

Cercado de montanhas, o vale abriga uma das terras mais férteis do país. Há milhares de anos, os moradores utilizam o solo para agricultura e uma das provas se mantém preservada no lugar, chamado Olantaytambo.

Com ruas estreitas e um povo simples, Olantaytambo é considerada a cidade inca viva mais antiga do mundo. Aqui está o parque arqueológico que ganhou o mesmo nome. Um laboratório agronômico construído nas montanhas.

Os degraus eram usados para fazer experiências com milho e batatas. Os incas descobriram que cada patamar tem uma temperatura diferente e desenvolveram culturas ao longo de toda montanha. Até hoje, a agricultura continua o principal fator econômico dos moradores.

Ao redor das experiências, as construções em rocha seguem o padrão das outras ruínas incas e chamam a atenção pela forma como estão dispostas. Não há qualquer tipo de massa entre os blocos e os encaixes são perfeitos. A forma como as pedras foram levadas continua um mistério.

domingo, 1 de novembro de 2009

A Ilha de Páscoa quer se proteger dos imigrantes e dos turistas

Christine Legrand
Em Buenos Aires (Argentina)

Os 5 mil habitantes da Ilha de Páscoa não gostam dos turistas. Ou gostam somente em pequenas doses. Nesse território chileno isolado do mundo, a 4 mil km de Santiago, cerca de 1.300 eleitores (mais de 96% do total) aprovaram, em 24 de outubro, uma reforma da Constituição que deverá dar às autoridades da ilha do Pacífico um controle maior sobre seus fluxos migratórios.

O referendo popular, organizado pelo governo de Santiago, respondia às preocupações dos habitantes, de origem polinésia, em sua maioria. Os autóctones denunciam o impacto negativo do turismo e da imigração sobre sua cultura, o patrimônio e o ecossistema da ilha, um pequeno paraíso de somente 164 km2. Em agosto eles bloquearam, durante 48 horas, o único aeroporto, para reivindicar limites para a duração da permanência dos turistas e para a imigração crescente de chilenos vindos do continente.


Moai com um pedaço inferior da orelha direita faltando, na Ilha de Páscoa


A Ilha de Páscoa, descoberta em 1722 pelos holandeses, exerce uma fascinação sobre os viajantes do mundo inteiro. Todos os anos, 50 mil turistas visitam suas praias, suas paisagens vulcânicas e suas centenas de Moais. A construção dessas imponentes estátuas de pedra, que pesam toneladas e medem até 20 metros de altura, continua sendo um mistério. Alguns habitantes chegam a falar em participação de extraterrestres...

Após negociações com as autoridades da ilha, o governo chileno havia instaurado, em setembro, um sistema de formulários de migração para "melhorar a informação sobre os visitantes", segundo o vice-ministro chileno do Interior, Patrício Rosende. Os turistas deveriam detalhar o motivo, a duração e seu local de hospedagem em um "formulário especial de visitante", que teriam que preencher ao desembarcarem no aeroporto de Santiago, o único a atender Rapa Nui, nome polinésio da Ilha de Páscoa. A Suprema Corte julgou essa medida "ilegal e arbitrária", e os juízes invocaram o direito à livre circulação sobre o território chileno como um todo. "É preciso controlar o crescimento da Ilha de Páscoa", admite Rosende. "É um território muito frágil que não suporta fluxos indeterminados de imigrantes que ali se instalam." Os habitantes da Ilha de Páscoa acusam os chilenos do continente instalados na pacífica ilhota, de causarem uma criminalidade nunca vista até então. E eles os criticam, assim como os turistas, por colocarem em risco o equilíbrio ecológico da ilha, que é patrimônio mundial da Unesco.

Tradução: Lana Lim

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Vestígios da pré-história são achados no Brejo paraibano

Um cemitério pré-histórico foi encontrado semana passada no município de Pilões, localizado no Brejo paraibano. Ontem, dez pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), referência em estudos nessa área, foram até o local para comprovar a descoberta e começar a estudar a idade das urnas funerárias e utensílios de cerâmica, louça e pedra encontrados. O material foi achado na entrada da cidade, quando funcionários da Chesf realizavam escavações para a construção de uma subestação de energia.

O professor doutor e coordenador do laboratório de Arqueologia da UFPE, Marcos Albuquerque, adiantou que “o achado é algo precioso não só para Pilões e para o Estado da Paraíba, mas também para todo o Brasil”. “A Chesf estava realizando uma obra no local e constatou que ali poderia ter existido um cemitério, na idade pré-histórica. Como determina a lei federal 3.924, que rege o patrimônio arqueológico nacional, eles nos contactaram e paralisaram os trabalhos, imediatamente. Ao chegar no local, nossa equipe de pesquisadores constatou que aquilo realmente se tratava de um verdadeiro tesouro”, disse.
“Iremos realizar uma reunião amanhã (hoje), com os órgãos ligados ao Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, para providenciarmos a escavação total da área. Muito provavelmente serão encontradas novas urnas, e, inclusive, ossadas humanas”, acrescentou.

Ainda de acordo com o pesquisador da UFPE, a partir de um estudo mais detalhado, será revelada a idade das urnas, que à primeira vista, aparentam ter até 10 mil anos.
“Ciência se faz com exatidão. Nesse primeiro momento, poderíamos dizer que os materiais eram de índios tupis-guaranis, que habitaram a região há milhares de anos. Mas ainda é muito cedo para precisarmos a cronologia. O que podemos confirmar é que se trata de um verdadeiro tesouro nacional”.
Depois de ser analisado em laboratórios do Recife, a tendência é de que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) autorize que os materiais coletados sejam expostos em um museu, em Pilões. A prefeitura local já se comprometeu em construir o prédio. (Com informações de Jota Alves).

Fonte: Jornal da Paraíba

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Índios brasileiros também cultuam ETs

Várias nações indígenas da Amazônia mantêm até os dias de hoje rituais e crenças de celebração à sua origem extraplanetária

Os índios Xikrin, da nação Kayapó, na Amazônia, acreditam que são descendentes de seres que vieram das estrelas

No Brasil, muitas nações indígenas mantêm tradições e rituais que indicam uma convivência pacífica e secular com o Fenômeno UFO. Algumas até acreditam ser descendentes de seres extraplanetários, entre elas a nação Kayapó, espalhada pela Região Amazônica. O pesquisador João Américo Peret foi o indigenista que estudou mais intensamente esses nativos do Xingu, que se intitulam Menbengôkré, ou “gente que veio do buraco da água.” Envolta em várias lendas, a cultura indígena dos Kayapó possui inúmeros rituais de exaltação às forças da natureza e seres míticos, além de danças em agradecimento e comemoração. Os índios Menbengôkré, assim como as aldeias Gorotire, Xikrin, Men-krãgnoti, Kokraimôro, Txukahamãe e Kren-akôre, realizam um ritual em memória a um ser mítico a quem chamam de Bep-kororoti. Esta criatura seria um forasteiro heróico e civilizador que teria chegado à região montado em uma estrela ou uma canoa voadora. De acordo com a história exaltada pela população indígena, Bep-kororoti pousou na Cachoeira Tipôtikré, onde viveu e miscigenou com os ancestrais Kayapó. Ao retornar ao espaço, levou a esposa e um filho, deixando uma filha casada e grávida. Ufólogos e até antropólogos atribuem ao ser a origem extraterrestre, sendo sua canoa voadora um óbvio disco voador.

Trajes sagrados A lenda de Bep-kororoti assume um caráter verdadeiramente autêntico porque é ensinada na Casa dos Homens ou Escola Tribal, nas aldeias. Também é considerada como real porque, durante o ritual de adoração, os índios se vestem de maneira especial, usando trajes e máscaras consideradas sagradas, além de espingardas para representar o que chamam de kóp – a terrível arma desintegradora que o extraterrestre portava quando veio do céu. Em sua pesquisa, Peret citou a lenda contada pelo sábio conselheiro Güey-babã, que fala da vinda de Kumen, um ser que apareceu entre a neblina de uma montanha sempre envolta de misteriosos barulhos e relâmpagos. A criatura era, segundo a história, um invasor de aspecto estranho e muito grande. Tinha um olho só mas não apresentava boca e nariz, nem cabelos. Somente uma poderosa clava que desintegrava árvores e pedras. Os índios da época lutaram com ele sem conseguir vencê-lo. Mas, ao perceberem que o forasteiro não queria matá-los, deixaram-no em paz. O enigmático ser passou então a viver sozinho na montanha, sem ser importunado nem incomodar ninguém, por muito tempo. A lenda conta ainda que, um dia bem mais tarde, jovens índios viram num lago próximo outro estranho. Tinha pele clara, era alto, esguio e forte. Se aproximaram e reconheceram que era Bep-kororoti. O ser então disse ter vindo das estrelas, mas fora atacado pelos índios na montanha, várias vezes. Os nativos defenderam-se, alegando que haviam lutado na verdade com um monstro terrível.

Para convencê-los, o visitante teria mostrado a roupa com que viera do espaço, e assim Bep-kororoti foi levado à aldeia e dela passou a fazer parte. Ainda de acordo com a lenda, teria se transformado em uma espécie de mestre da tribo, pois fez com que o chefe fosse mais atencioso com os outros índios e cuidou para que todos tivessem melhoria em suas vidas. Também determinou que o Conselho de Anciãos tivesse que ajudar o líder a tomar decisões. Bep-kororoti ainda casou e teve filhos entre os indígenas. No entanto, um dia ele discutiu com os companheiros e sumiu na mata. Cobriu sua família com uma tintura preta, vestiu-se com um traje que dava choques e ameaçou a tribo com a clava com que viera à Terra. Bep-kororoti dirigiu-se à Serra Pukatôti e subiu ao céu, levando sua mulher e filho em uma estrela ou canoa voadora, em meio a trovões e relâmpagos. Após este acontecimento, a região passou por grandes mudanças climáticas e os índios, por terríveis necessidades. Para livrar a tribo da morte, a filha de Bep-kororoti, Niôpoti, que havia ficado, foi até a montanha e se cobriu com a mesma tintura preta. Logo depois, ocorreu uma explosão e ela foi elevada ao céu. Ao voltar, trouxe sua mãe e o irmão – que posteriormente retornaram ao espaço –, remédios, alimentos e sementes. Niôpoti, atendendo a recomendação de Bep-kororoti, levou seu povo para morar na Serra Pukatôti, onde encontraram as “casas de pedras feitas por Deus”. Ali passaram a viver em paz e com prosperidade. E assim os índios mantêm sua lenda até hoje.

Fonte: Revista UFO

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Grupo acha dinossauro herbívoro gigante em SP

REINALDO JOSÉ LOPES
da Folha de S.Paulo

Restos de um dos gigantes brasileiros da Era dos Dinossauros estão vindo lentamente à tona em Marília (444 km a noroeste de São Paulo). Tudo indica que se trata de um saurópode, dino pescoçudo e comedor de plantas que pode ter chegado a 13 metros.

O esqueleto de dezenas de milhões de anos apenas começou a ser exposto, mas há esperança de que boa parte do animal ainda esteja por lá, porque as vértebras achadas até agora estão articuladas, ou seja, unidas umas às outras na posição que ocupavam em vida.


Concepção artística de saurópodes, ordem à qual provavelmente pertenceu o fóssil achado em Marília (444 km a noroeste São Paulo)

'Esse fato é um golpe de sorte relativamente raro na paleontologia brasileira, contou à Folha o responsável pela descoberta, William Nava, do Museu de Paleontologia de Marília'.

Rumo à cabeça

"Como temos parte da região pélvica [do quadril] preservada e associada às vértebras dorsais, estamos escavando agora na direção da cabeça do bicho. Tudo indica que poderemos achar as vértebras cervicais, do pescoço, e também o crânio preservado sob as camadas de arenito, o que seria fantástico. Essa é a nossa expectativa", afirma Nava, um dos mais ativos caçadores de fósseis do interior de São Paulo.

As primeiras pistas do saurópode surgiram no último mês de abril, quando a presença de conchas fossilizadas de bivalves (moluscos como as atuais ostras) chamou a atenção de Nava. "Resolvi investigar o barranco que margeia o acostamento da estrada e vislumbrei diversos fragmentos ósseos despontando na rocha, mas bastante escurecidos, indicando que estavam há um bom tempo expostos", conta ele.

Essa coleção inicial de restos, por si só, já parecia interessante: havia vértebras da cauda, costelas e dois outros ossos grandes (um deles provavelmente corresponde ao fêmur). Um pouco mais de trabalho revelou a presença de duas vértebras articuladas, medindo, cada uma, cerca de 20 cm. "Quando se encontra material articulado a tendência é nos concentrarmos nele, devido justamente à escassez dele", explica Nava.

Colaboração

Ele repassou as informações sobre a escavação ao paleontólogo Rodrigo Santucci, da UnB (Universidade de Brasília), que é especialista em saurópodes. Conforme o trabalho avançar, Santucci será capaz de determinar se o animal era um titanossaurídeo (principal grupo de saurópodes do país, caracterizados pela presença de "calombos" ósseos em seu couro) e avaliar se a espécie ainda não é conhecida da ciência.

Antes disso, porém, Nava está planejando a retirada do material da encosta, o que pode se transformar numa operação longa e delicada. A ideia é extrair todo o bloco contendo os ossos até agora encontrados e outros ainda encobertos por rocha. O trabalho no local também trouxe à tona o crânio e a mandíbula de um parente extinto dos jacarés e crocodilos.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O chiclete asteca

Antropóloga descobre que a popular goma de mascar esteve presente em rituais religiosos e no dia a dia dessa civilização

Luciana Sgarbi - revista Isto É


Foi durante uma grande seca por volta do ano de 1400 que índios da Guatemala descobriram que ao mascar uma resina extraída de uma árvore, chamada sapodilha, estimulavam a produção de saliva - e enganavam a sede. Também no México, em plena civilização maia, e, portanto, ainda mais distante no tempo (cerca de 500 a.C.), essa mesma resina era utilizada com igual finalidade. "Quando se corta a crosta da sapodilha, brota uma substância leitosa que forma uma camada de proteção à árvore, justamente sobre a área do corte.


LENDA Estátua da deusa Tlazolteotl estigmatizada pelos astecas devido ao uso de chiclete

Essa substância é o chicle", disse à ISTOÉ a arqueóloga e antropóloga Jennifer Matthews, da Universidade Trinity, de San Antonio, nos EUA, e autora do l i v ro "Chi c l e : The Chewing Gum of the Americas", no qual relata as origens e a trajetória da goma de mascar ao longo da história.

E é debruçando-se sobre a própria história que também se tem notícias agora de que o chicle, misturado a outras substâncias, foi utilizado no final do período Paleolítico (há 11 mil anos) para colar ferramentas, utensílios domésticos e armas. "Os povos usavam o material como antisséptico para tratar infecções da gengiva e ainda como cola para consertar seus instrumentos", diz Jennifer. Ela se baseia, sobretudo, nas tradicionais crônicas de frei Bernardino de Sahagún (1499- 1590) para ilustrar alguns dos costumes pré-colombianos de mascar a goma, atualmente popularizada em todo o mundo como chiclete.

"Na sociedade asteca, só crianças, e assim mesmo crianças pequenas, tinham permissão dos adultos para colocar chiclete na boca", diz a antropóloga, explicando que tal regra devia-se em parte ao som emitido pelo ato de mascar, que Sahagún comparava com o de castanholas - e castanholas eram um instrumento associado às prostitutas astecas. Em seus registros a antropóloga Jennifer tem imagens da estatueta da deusa Tlazolteotl, conhecida na mitologia dessa civilização como "devoradora de pecados". Documentos se referem a ela como a mulher que se banhava todos os dias, usava perfumes carregados e mascava seu chicle.

US$ 19 bilhões
é quanto movimenta anualmente a indústria do chiclete no mundo. No Brasil, o consumo gera cerca de US$ 950 milhões
Daquela goma natural e plena de significados à sua forma multicolorida existente nos dias de hoje foi um longo caminho, e numa viagem no tempo pode-se perguntar: quando ela se tornou o moderno chiclete consumido internacionalmente? "A grande revolução, se quisermos usar essa expressão, data de 1870, e surgiu do encontro casual do general mexicano Antonio López de Santa Anna com o industrial americano Thomas Adams", diz a antropóloga. Ela conta que Adams procurava no chicle um substituto à borracha, considerada por ele muito cara.

O projeto não rendeu frutos e Adams estava pronto a abandoná-lo quando se deparou com uma menina que comprava numa farmácia uma goma de parafina para mascar. Adams lembrou, então, que essa era uma atividade popular entre os povos indígenas do México e mudou o rumo de seu projeto. Ele adicionou ao chicle o alcaçuz - planta de raiz adocicada - e passou a produzir sua "invenção" em formato de bolas embaladas em papéis coloridos. "Há em Nova York documentos comprovando o uso do chicle das florestas mexicanas na fabricação dos primeiros Chicletes Adams", diz Jennifer.

Com o advento da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a nova goma se popularizou extremamente, inclusive nos campos de batalha, e a indústria não conseguiu suprir a demanda. As companhias americanas optaram por fabricar o artigo com materiais sintéticos, nascendo uma indústria que movimenta hoje anualmente cerca de US$ 19 bilhões. "Nos sítios arqueológicos podemos mergulhar em um passado milenar que, curiosamente, está conectado com um dos mais populares produtos que a humanidade já produziu", diz a antropóloga.

Além de nós, mas como nós

Um novo planeta situado fora do Sistema Solar tem superfície igual à da Terra

Fabiana Guedes - Revista Isto É



Uma equipe de astrônomos da Universidade de Genebra, integrada por pesquisadores de diversos países, entre eles o Brasil, anunciou na semana passada a descoberta do primeiro planeta fora do sistema solar que não é formado por gases. Batizado de CoRot- 7b, a sua imagem foi enviada à Terra pela sonda francesa Corot e abre novas perspectivas ao estudo e à busca desses corpos celestes extrassolares, chamados exoplanetas.


A rigor, a ciência se dedica cada vez mais a esse desconhecido universo na medida em que aumenta também o interesse pela possibilidade de existência de formas rudimentares de vida extraterrestre. Ocorre, no entanto, que os cerca de 400 exoplanetas já catalogados são compostos basicamente de gases, fenômeno que torna inviável a presença de "elementos biologicamente vivos". Com o novo CoRot-7b é diferente: a sua superfície, dizem os astrônomos, é formada por "uma espécie de chão firme". Assim, se os outros exoplanetas assemelham-se, por exemplo, a Júpiter e Saturno, o que agora foi localizado pode até ser considerado, segundo os pesquisadores, como "um parente da Terra".

E onde está esse "parente"? Como ele é? A sonda francesa é que nos responde:
o CoRot- 7b distancia-se de nós em 500 anos-luz (um ano equivale a 9,6 trilhões de quilômetros) e estima-se que ele seja cinco vezes maior que a Terra. O grande fascínio dos cientistas devese ao seu chão rochoso e à sua densidade. "Esse é o exoplaneta mais parecido com a Terra que nós já encontramos", disse o astrônomo alemão Artie Hartzes. "Isso nos dá a esperança de que, em um futuro próximo, encontraremos outros ainda mais parecidos e com condições mais favoráveis à existência de vida". Igualmente otimista é o pesquisador suíço Alan Boss: "Tenho, cada vez mais, a certeza de que vivemos em um universo bastante populoso."

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Arqueólogos encontram em Israel sinagoga da época de Jesus Cristo

Arqueólogos israelenses descobriram no domingo as ruínas do que eles acreditam ser uma das mais antigas sinagogas do mundo.

Segundo a arqueóloga Dina Avshalom-Gorni, as ruínas descobertas no norte de Israel são da época do Segundo Grande Templo de Jerusalém, entre os anos 50 antes de Cristo e 100 depois de Cristo.

O local das escavações, a praia de Migdal, na costa do Mar da Galileia, é citado tanto em escrituras judaicas quanto cristãs.

Menorá
Durante os trabalhos, os arqueólogos encontraram uma pedra gravada com uma imagem de uma menorá, o candelabro de sete velas utilizado em cerimônias religiosas judaicas.

A menorá é um símbolo do judaísmo de mais de 3 mil anos e também o emblema nacional de Israel. A imagem gravada na pedra encontrada nas escavações aparece em cima de um pedestal e ladeada por ânforas.

Segundo os arqueólogos, esta é a primeira vez que uma imagem de uma menorá é encontrada em uma escavação fora de Jerusalém.

Maria Madalena
A cidade de Migdal, sob o nome aramaico de Magdala, é citada nas escrituras cristãs como o local de nascimento de Maria Madalena, uma das mulheres que acompanharam Jesus Cristo e que depois foi tornada santa.

Segundo Avshalom-Gorni , é possível supor que a comunidade que seguiu Jesus na Galileia frequentava a sinagoga descoberta.

Fonte: BBC

sábado, 22 de agosto de 2009

Lajedo do Pai Mateus

Lajedo do Pai Mateus, no estado da Paraíba, é um desses locais privilegiados pelo capricho da natureza. Ao longe, o que se vê é uma enorme base de granito onde grandes pedras redondas dão um aspecto único, como se tivessem sido colocadas ali pela mão do homem. Ou melhor, pela mão do homem e seus guindastes, pois, olhando de perto é que se percebe que são enormes, chegando a pesar até 45 toneladas.


Caprichosa, a natureza exibe suas esculturas de pedra. Na foto, pedra do Capacete
Foto: João Correia Filho


Localizado no município de Cabaceiras, o Lajedo do Pai Mateus faz parte de uma região conhecida como Cariri Paraibano, ou Cariri Velho, que durante muito tempo foi praticamente esquecida.
No entanto, já foi habitada há milhares de anos pelos índios cariris, que emprestaram seu nome ao lugar e deixaram fortes marcas na cultura e no jeito de ser do nordestino.

Formação

Na verdade, essa formação data de mais de 500 milhões de anos, no período pré-cambriano, em um processo que ainda ocorre lentamente. Eduardo Bagnoli, geólogo que há anos explora a região, explica que tudo começa no centro da terra: as rochas que se formam a 70 quilômetros de profundidade são empurradas para a superfície e começam a sofrer um processo de desgaste.

Fissuras naturais e a constante mudança de temperatura que há na região – pois os dias são muito quentes e as noite mais frias - dilata e contrai a rocha abruptamente, e faz com que rachem. Inicialmente são blocos retangulares ou quadrados que vão se desgastando num processo chamado de esfoliação esferoidal, ou seja, vão tomando as formas arredondadas que possuem hoje.

Saca de Lã


A estrutura incomum da Saca de Lã chama a atenção em meio ao sertão
Foto: João Correia Filho

Bem próximo dali, seguindo alguns poucos quilômetros por estradas de terra, está outro monumento natural que lembra as grandes construções erguidas pelo homem - talvez incas, maias...quem sabe egípcios.

A Saca de Lã recebe esse nome por lembrar sacos de algodão empilhados, segundo o imaginário do lugar. São pedras gigantescas, retangulares, que se encaixam perfeitamente e formam uma espécie de pirâmide de mais de 40 metros de altura. É difícil entender como aquilo se formou e como a natureza pôde ser tão audaciosa.

Segundo estudiosos é o mesmo processo das pedras redondas dos outros lajedos da região, como o do Pai Mateus e o do Bravo, mas aí o desgaste ocorreu apenas de forma retangular, devido às fissuras exatas das pedras. Seja qual for a explicação, o lugar impressiona.

Para quem visita a Saca de Lã, também faz parte da aventura a subida até a última pedra, ironicamente redonda. Ribamar de Faria, nosso guia, arrisca a subida e completa o monumento como se fora um grande totem.

Pinturas Rupestres

Eduardo Bagnoli conta que a primeira vez que esteve no Cariri Paraibano ouviu falar de alguns `letreiros` espalhados por toda região. Curioso, seguiu alguns moradores até as pedras mais próximas e descobriu que os `letreiros` eram nada mais nada menos do que belas pinturas rupestres. Começou a pesquisar, chamou amigos e estudiosos e foi percebendo que estava diante de um grande acervo iconográfico da humanidade.

A maioria dessas manifestações data de 10 a 12 mil anos e foram deixadas pelos antigos habitantes dali, os índios cariris. No sítio do Bravo e no Lajedo Manuel de Souza, município de Boa Vista, estão a maioria delas, as mais belas e visíveis da região. Pássaros, figuras humanas e desenhos geométricos são pintados geralmente nas grutas formadas pelas grandes pedras que se formam sobre os lajedos. Provavelmente locais onde permaneciam abrigados da chuva e, talvez, dos inimigos. Há também a possibilidade de serem locais de rituais mais complexos e essas grutas espécies de igrejas, mal comparando.

O método desenvolvido por Eduardo para encontrar `letreiros`, apesar de ser quase uma brincadeira, acaba convencendo: `Basta você olhar para um lugar bonito, ou que lembre uma moradia e procurar com cuidado. Pode ter certeza que vai encontrar pinturas rupestres`. Apesar de simplista, o método ilustra o volume de pinturas da região e quase sempre dá certo.


Lagoas guardam grande número de fósseis
Foto: João Correia Filho

É também no Sítio do Bravo que se formaram pequenas lagoas, extremamente ricas em restos ósseos de grandes mamíferos do período pleistoceno, que começou a se formar a 1 milhão de anos. Em meio aos grandes lajedos, os lagos certamente serviram para saciar a sede dos grandes animais pré-históricos, como o tigre-dente-de-sabre e a preguiça gigante.

Provavelmente o homem aproveitava-se da situação para caçá-los ali mesmo, onde estavam vulneráveis e seus restos permaneciam no local. Alguns objetos encontrados ali, como pedras quebradas em forma de faca, são representativos para entendermos um pouco mais sobre os hábitos dos nossos antepassados. Acredita-se que antes desses instrumentos o homem era mais caçado do que caçador. Com esses objetos, começaram a caçar e a ter reserva de carne, o que deu estabilidade e mais tempo a trabalhar com o intelecto.

Fonte: www.ecoviagem.uol.com.br

Brasileiro que escreveu sobre coronel Fawcett quer processar autor americano

Reprodução


O então major Percy Harrison Fawcett no Peru, em foto de 1911









Por Ivan Finotti
da Folha de S.Paulo

Dois livros com duas visões diferentes sobre a vida e a morte de Percy Fawcett têm jogado luz sobre a trajetória desse fascinante coronel britânico que desapareceu em 1925, na região do Xingu, enquanto procurava vestígios de uma civilização extinta.

Fawcett é lembrado como maior inspiração para o personagem Indiana Jones.

O problema é que um desses dois autores --o brasileiro Hermes Leal-- não considera a visão do outro autor --o norte-americano David Grann-- tão diferente assim da sua.

Na verdade, acusa Grann de copiar seu livro e ameaça levá-lo à Justiça. "É sacanagem vir um cara aqui e copiar o trabalho da gente", afirma Leal, que pesquisou a história durante cinco anos.

O norte-americano nega o plágio. "Essas acusações são claramente falsas e absurdas. Meu livro é baseado em anos de minha própria pesquisa e em minha própria viagem à Amazônia em 2005", afirmou Grann, em e-mail à Folha.

Hermes Leal, 49, lançou seu "O Enigma do Coronel Fawcett: O Verdadeiro Indiana Jones" em 1996, pela Geração Editorial, teve três reimpressões no país e uma edição publicada no Japão em 1999.



O norte-americano David Grann, 42, lançou em fevereiro "The Lost City of Z - A Tale of Deadly Obsession in the Amazon" (a cidade perdida de Z - uma história de obsessão mortal na Amazônia).

O livro está em sexto lugar entre os mais vendidos na lista do jornal "The New York Times" e foi comprado para virar filme por Brad Pitt. A Companhia das Letras vai lançá-lo no Brasil em setembro, com a possível presença do autor.

Antes do livro, Grann havia escrito uma reportagem sobre Fawcett para a revista "New Yorker", em 2005, ocasião em que visitou o Brasil e entrevistou pessoas, inclusive Leal. "Ele me entrevistou uma tarde em São Paulo. Depois, por e-mail, começou a pedir telefones dos meus entrevistados. Achei que não era justo e não passei os contatos", conta Leal.

Grann diz que sua pesquisa se baseia extensamente em material histórico, além de fontes inéditas. "Entrevistei muita gente, incluindo descendentes de Fawcett, arqueólogos e pessoas que conheci na minha viagem ao Brasil." O norte-americano cita o livro de Hermes Leal entre as mais de 200 fontes de sua bibliografia.

"Não sei se vou conseguir provar algo, mas não existe memória viva dessa história. Não há como Grann saber detalhes que escreveu, a não ser que tenha copiado", diz Leal, que chegou a ser aprisionado pelos índios que teriam matado Fawcett em sua expedição de 1996.

Para tanto, Leal contratou uma firma de advogados especializados em direitos autorais.

"Vamos traduzir o livro antes de tomar uma decisão de entrar ou não na Justiça. Mas as fontes de pesquisa não pertencem a um ou a outro. É preciso ver se há trechos coincidentes, e isso é subjetivo", diz Leo Wojdyslawski, seu advogado.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Muito além de Atlântida

Arqueólogos já não perdem tempo com a lenda do continente perdido. Estão bem mais interessados em ruínas de cidades que hoje estão debaixo d’água, naufrágios históricos e cavernas alagadas.

Por: Super Interessante - Texto: Mariana Sgarioni

Por mais que seu “escritório” seja uma imensidão azul, os arqueólogos subaquáticos passam boa parte do tempo em situações extremamente claustrofóbicas. Quando não estão se esgueirando nos destroços de um naufrágio, estão mergulhando numa caverna ou ficam horas literalmente enlatados em algum tipo de veículo submersível. Parecem coisas de aventureiro, não é verdade? Mas são “apenas” pesquisas científicas. Esse arqueólogo trabalha como qualquer outro, usando os mesmos conceitos e procedimentos adotados fora d’água. Com uma diferença: é preciso saber mergulhar.

Graças a essa fachada aventureira, arqueólogos subaquáticos freqüentemente são confundidos com caçadores de tesouros, piratas modernos que ganham a vida encontrando galeões naufragados e vendendo tudo que conseguem retirar deles. Para sorte do patrimônio histórico da humanidade, no entanto, o trabalho desses profissionais da arqueologia é outro: entender e preservar os incríveis sítios submersos que foram localizados nas últimas 5 ou 6 décadas. Eles já não se preocupam com a busca pelo mítico continente de Atlântida nem se dedicam apenas à exploração de naufrágios. Na verdade, quase sempre dão apoio às pesquisas levadas a cabo pelos colegas em terra firme. Exemplo: o carregamento de ânforas de um naufrágio fenício, ao ser descoberto no Mediterrâneo, pode ajudá-los a descobrir rotas comerciais da Antiguidade sobre as quais não se tinha notícia. Os dois ramos da ciência trabalham juntos – um no seco, o outro dentro d’água.

DE COUSTEAU AO TITANIC

Se por um lado o ambiente subaquático oferece riscos e impõe uma série de limites, por outro ele costuma ser garantia de descobertas espetaculares. A ausência do ar, temperaturas mais baixas e pouca ou nenhuma luz natural são fatores que colaboram para a preservação de muitos artefatos. Em compensação, é preciso ter extremo cuidado na hora de retirá-los da água. Submersos há dezenas, centenas ou milhares de anos, alguns deles podem simplesmente se desintegrar ao ser removidos. A coleta pode ser feita pelos próprios arqueólogos, manualmente, ou com a ajuda de equipamentos de última geração, como computadores de visualização e robôs comandados a distância.

Quem deu o pontapé inicial no desenvolvimento de equipamentos para a arqueologia subaquática foi o oceanógrafo francês Jacques Cousteau, em 1943, quando desenvolveu, com o engenheiro Emile Gagnan, a aparelhagem de respiração a partir do ar comprimido contido num cilindro. O Aqua-Lung (pulmão aquático), como foi batizado, permitiu aos arqueólogos investigar bem de perto o que antes eles só podiam imaginar. Desde então, cientistas vêm desenvolvendo as mais variadas técnicas para descer cada vez mais fundo. Hoje, há equipamentos que permitem investigações arqueológicas a mais de 6 mil metros de profundidade, como os desenvolvidos pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos EUA. O Departamento de Pesquisas de Arqueologia em Águas Profundas daquela instituição especializou-se em inventar sensores, câmeras e robôs que levam a ciência a lugares onde a pressão é mortal e o homem jamais chegaria.

Um dos achados arqueológicos mais importantes dos últimos tempos foi feito justamente com a ajuda de um desses aparelhos. No mar Negro, fotos e vídeos trouxeram à tona vestígios de presença humana há mais de 7 mil anos. Quem estava à frente da expedição era o oceanógrafo americano Robert Ballard, que, em 1985, tornou-se mundialmente conhecido por encontrar o naufrágio Titanic no Atlântico Norte. Para ele, a grande descoberta, quando acontece, tem o efeito de um nocaute. “É como levar dois socos em seguida, algo meio esquizofrênico”, diz o explorador. “No caso do Titanic, esse segundo soco veio no momento em que vi todos aqueles sapatos espalhados pelo interior do navio. Os corpos se vão, mas os sapatos continuam inteiros. Até em naufrágios romanos ainda é possível ver sandálias. São imagens emocionantes.”

domingo, 9 de agosto de 2009

Ovni em Sousa - PB



No mês de janeiro de 2008, o mototaxista Edson Vieira da Silva residente na Rua Júlio Ferreira, Estação, afirma ter visto um objeto não identificado que ele acredita ser um “disco voador” que estava sobrevoando o céu da cidade de Sousa.

Conforme o mototaxista, o mesmo estava dormindo e acordou por volta das 01h15 de ontem (11) para tomar água e se deslocou até o muro da residência, quando foi surpreendido por uma luz forte e incandescente que se movimentava muito rápido no ceu, imediatamente o mototaxista retornou ao interior da casa e pegou um celular e conseguiu filmar o objeto ainda por dez segundos e em seguida sumiu. Esta não é a primeira vez que populares observam luzes de objetos não identificados no céu da cidade de Sousa.

Veja o vídeo: http://www.sertaoinformado.com.br/sv.html

Fonte: Sertão Informado

Sousa - PB - Vale dos Dinossauros


Marca foi encontrada em fazenda no interior da Paraíba (Foto: Divulgação/Prefeitura Municipal de Santa Helena)


Descoberta foi em cidade ao lado do conhecido Vale dos Dinossauros. Geólogo da UFRJ diz que 395 dinossauros foram classificados no local.

Supostas pegadas fossilizadas de dinossauro foram encontradas em uma fazenda no distrito de Melancias, na cidade de Santa Helena (PB), durante o trabalho de pesquisa da Petrobras para saber se há petróleo na região, no fim de fevereiro.

O município fica na Bacia do Rio do Peixe, região conhecida pelos inúmeros registros de pegadas de dinossauros que viveram no local há cerca de 140 milhões de anos.

Segundo a prefeita de Santa Helena, Maria do Socorro Felix Rolim, há um mês a cidade passa por uma avaliação de técnicos da empresa Geophysical do Brasil Ltda. para confirmar a existência de petróleo na região entre as cidades de Triunfo (PB) e São João do Rio do Peixe (PB).

Paleontólogos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) estiveram no local nesta quarta-feira e analisam as imagens para confirmar ou não que se tratam de pegadas de dinossauro.

"A descoberta das pegadas de dinossauros foi feita em um dos 300 leitos analisados pela empresa contratada pela Petrobras", disse Maria do Socorro.


Ela esteve no local logo após o encontro das duas marcas no solo e confirma a semelhança das pegadas com outras já analisadas e confirmadas por palenteólogos nas cidades vizinhas como Sousa (PB).


"A área tem cerca de 30 m² e o trabalho dos pesquisadores foi interrompido para não afetar uma possível área de importância arqueológica e que pode servir para estudos de geologia e palenteologia", disse a prefeita.

O proprietário da fazenda, o empresário Rony Dantas, disse ao G1 que o local está interditado. "Não estive lá após o encontro das possíveis pegadas, pois a área está fechada para visitação". A Petrobras foi procurada pelo G1 para comentar o caso, mas ainda não se pronunciou.

O geólogo Ismar de Souza Carvalho, da Unidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), desenvolveu vários estudos com o geológo italiano e especialista em dinossauros Giuseppe Leonardi na área onde está a cidade de Santa Helena.


Ele confirma que se trata de uma região com grandes possibilidades de ter mais pegadas de dinossauros. Por isso o local também é conhecido como Vale dos Dinossauros.

"As pegadas fossilizadas são comuns em toda a Bacia do Rio do Peixe. As principais cidades com registros semelhantes são Souza, Uiraúna (Brejo das Freiras), Pombal e São João do Rio do Peixe".

Segundo Carvalho, as pegadas encontradas por lá têm idade de 140 milhões de anos. "As rochas e as marcas já pesquisadas datam da idade cretácea e se relacionam com movimentos de falhas geológicas durante a abertura do Oceano Atlântico. Já foram classificados um número superior a 395 indivíduos dinossaurianos na região".




Fonte: G1

O Barco Romano

O Barco Romano do Mar da Galiléia

Em janeiro, 1986, Moshe e o seu irmão Yuval contemplavam o Mar de Galiléia ao caminharem ao longo da praia, ao sul do kibutz onde viviam - Guinossar, situado na margem ocidental do lago e notaram uma sombra estranha amoldada no chão do lago.
O Mar estava perigosamente baixo,após vários anos de seca, esta era a primeira vez que os irmãos - ambos, modernos pescadores diários - puderam ver o fundo do mar, tão claramente.
O que Moshe e Yuval viram era um esboço de arte afundado, perceberam os contornos de um barco na lama. Especialistas chamados para examinar a descoberta (cujo significado arqueológico só seria bem aceito na década seguinte)concluíram tratar-se dos remanescentes de um barco antigo. Decidiu-se, então, escavar o local imediatamente, antes que o nível da água subisse.

Foi necessário o uso de técnicas modernas e sofisticadas para erguer e transportar o barco. Em primeiro lugar, foi construído um maciço dique em volta do local, a fim de impedir que o lago o inundasse, ao mesmo tempo que usavam-se bombas para afastar as águas subterrâneas. Era preciso manter a madeira molhada enquanto a lama era removida do casco, que foi então reforçado com fiberglass e preenchido com poliuretano. Foram cavados túneis sob o barco e seus lados foram reforçados. Quando os remanescentes extremamente frágeis do barco estavam seguramente empacotados, bombearam água para dentro da enorme cova que fora criada durante a escavação, e o barco foi empurrado flutuando até a praia. Ele foi colocado num tanque de conservação especialmente construído no Museu Ygal Allon do kibutz Guinossar, onde o invólucro de poliuretano foi removido, sendo o barco novamente submerso em água. Num processo que levou vários anos, a madeira foi revestida de cera sintética, a fim de lhe dar força estrutural suficiente para ser exposta fora do tanque.

Quando o barco foi encontrado estava perpendicular à praia, com a popa voltada para o lago; apenas a parte inferior da popa arredondada foi preservada. O barco tem 8,2 m de comprimento, 2,3 m de largura e 1,2 m de profundidade. Foi construído segundo o conhecido modelo de "casca primeiro", com malhete e junta de espiga, encaixes de pranchas de cedro e molduras de carvalho. Boa parte da madeira já fora usada, tendo sido removida de barcos mais velhos e obsoletos. Outros fragmentos de madeira foram descobertos nas proximidades, o que prova que o local onde o barco foi encontrado era um estaleiro. A embarcação tinha tamanho suficiente para transportar 15 passageiros, inclusive uma tripulação de cinco pessoas. Embora tenha sido aparentemente usado para a pesca, talvez tenha servido também para o transporte de gente e mercadorias.
Pelas técnicas de construção e os dois vasos de cerâmica encontrados nas proximidades, os arqueólogos consideram que o barco era do período romano. Testes de carbono-14 confirmaram que o barco foi construído entre 100 a.E.C. e 70 E.C..

As poucas informações que possuímos a respeito de barcos no Mar da Galiléia durante a época dos romanos são provenientes de fontes escritas, como Flávio Josefo e o Novo Testamento, ou de pisos de mosaico com desenhos de barcos. A descoberta deste barco milenar do Mar da Galiléia despertou, por isso, atenção mundial.

Hoje, o barco pode ser visto em um museu especialmente construído no Kibbutz Ginossar, no Mar de Galiléia.

Fonte:www.mfa.gov.il

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Um índio que recebeu a comenda de Cavaleiro da Ordem de Cristo



Filipe Camarão: Nasceu na região que é hoje o Rio Grande do Norte. Índio batizado e casado com Clara Camarão, que, conforme o costume indígena, acompanhava o marido nos combates. Por suas lutas contra os holandeses, o rei Filipe III de Portugal e Espanha, concedeu a Filipe Camarão brasão de armas, com soldo e patente de capitão-mor dos índios e uma pensão de 40.000 réis. Em 1635 recebeu o tratamento de Dom e a comenda de Cavaleiro da Ordem de Cristo. Com seus índios, Camarão combateu em Porto Calvo, Goiana, Terra Nova, Camandaiatuba, Baia de Todos os Santos, Casa Forte, rio Guaju e Aguiar. Seu último combate foi na primeira batalha dos Guararapes, em 1648, quando adoeceu e se recolheu ao Engenho Novo de Goiana, vindo a falecer, sendo sepultado na igreja do Arraial.

*Foto tirada por Pablo Vilarrubia na exposição realizada no Forte dos Reis Magos -RN em 2008.

Sitio arqueológico em Curaçá

Escavações realizadas em sítios arqueológicos do Serrote do Velho Chico e Fazenda Salão, na região de Curaçá (a 592 km de Salvador), revelaram possível encontro de comunidades indígenas em estágios diferentes de evolução. A hipótese foi levantada por pesquisadores, a partir dos fragmentos de cinco urnas funerárias que evidenciavam a utilização de duas técnicas distintas no mesmo sepultamento. O trabalho arqueológico foi realizado entre dezembro de 2008 e fevereiro de 2009.

Localizada no semiárido baiano, a cidade de Curaçá fica às margens do Rio São Francisco, fator que, segundo os pesquisadores, explica a presença de povos indígenas na região há aproximadamente 3 mil anos. Eles acreditam que o rio confere à região a característica de ter sido tanto um corredor de passagem, quanto área de fixação de grupamentos humanos. A descoberta das urnas fortalece a hipótese de que grupos, em distintas fases de evolução, tenham se encontrado na localidade, ou o grupo vivenciava um processo de convergência cultural, fato até então inédito na pesquisa arqueológica.

Pinturas - No Serrote do Velho Chico foram encontradas pinturas e gravuras, lascas para a produção de instrumentos de pedras, restos de alimentação, como ossos de animais caçados, uma fogueira e restos de um sepultamento. Na Fazenda Salão foram achados a céu aberto cinco sepultamentos visíveis pelas cerâmicas descobertas, provavelmente pela erosão.

“Os ossos estavam muito fragmentados, mas permitiram identificar os esqueletos de três adultos e duas crianças. Os corpos foram depositados diretamente no chão e cobertos com recipientes cerâmicos na parte da cabeça”, explica o arqueólogo e coordenador do Projeto Mata Branca, Carlos Etchevarne. Segundo ele, esse poderia ser um padrão de enterramento circunscrito regionalmente, considerando que na década de 60 outros enterramentos foram identificados da mesma forma na mesma região.

As descobertas feitas revelam que em todas as crianças existia um colar, cada um com até 200 contas feitas com material ósseo e os adultos tinham os “tembetás”, feitos de quartzito esverdeado, material usado pelos índios no lábio inferior, geralmente como atributo masculino. “São três ‘tembetás’ esverdeados bem- trabalhados por polimento e um adorno circular no mesmo tipo de rocha, possivelmente auricular”, informa. Para Etchevarne, esses achados representam para o País o começo da construção de uma história regional anterior à chegada dos colonizadores, história que só é possível ser contada pela arqueologia.

“Com as descobertas, queremos incentivar o turismo científico e ecológico em Curaçá”, afirmou Dário Tavares Santos, antropólogo e técnico do projeto.

Outros achados – Mas esses não foram os primeiros achados em Curaçá, já tendo registro de outros sítios não só na região, como em todo a Bahia. “Nosso Estado tem um potencial riquíssimo em termos de patrimônio arqueológico à espera de ser pesquisado, preservado e bem utilizado”, afirma o arqueólogo.

O conjunto de materiais coletados (lítico, cerâmico, ósseo, biológico e carvão de fogueiras) foram levados ao Laboratório de Arqueologia que fica na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (São Lázaro) em Salvador, onde estão sendo catalogados, numerados e analisados para estabelecer contextos culturais entre os dois sítios: na Fazenda Salão e no Serrote do Velho Chico.

Caminhando pelo Serrote do Velho Chico, em sua propriedade, a Fazenda Las Vegas, José Reis Brandão, 66, conta histórias que conhece e muitas das quais fez parte e que revelam sua paixão pelo conhecimento em arqueologia e antropologia que surgiu junto com as primeiras descobertas datadas de 1960 em Curaçá e reconhecidas cientificamente. Ele lembra da visita do arqueólogo Valentin Calderon à região e que, até aquela data, nenhuma escavação havia sido realizada. “A partir daí, muitos vieram de vários estados para ver e pesquisar”, conta José Reis.

Fonte: A tarde online

Há 45 milhões de anos, João Pessoa estava sob o mar

A Bacia do Rio do Peixe foi dividida nas sub-bacias Brejo das Freiras (ou Triunfo), Sousa e Pombal e possui uma área de 1.424 quilômetros quadrados. O pacote sedimentar da área tem cerca de dois mil metros e idade entre 144 e 125 milhões de anos, com formação composta por conglomerados, arenitos, folhelhos e rios entrelaçados. O paleontólogo José Augusto de Almeida citou ainda a existência de um registro geológico perto do município de Cajazeiras, distante 461 quilômetros de João Pessoa.
Nesse trecho, há vestígios de uma formação fóssil do período geológico Siluriano, que compreende entre 435 e 410 milhões de anos. Um remoto resquício da existência de mamíferos foi encontrado muito tempo depois, na faixa de 40 milhões de anos, porém indícios bem primitivos que passam bem longe da linha que resultou na formação do ser humano.
Na região de Cajazeiras, há indicação da presença de peixes e outros animais aquáticos. A área ainda está sendo estudada, e segundo o professor deve ser mais antiga do que a Bacia Sedimentar de Sousa. No entanto, as análises não foram concretizadas, pois o registro está limitado ao material colhido por meio de mapeamento aéreo. “Não é possível identificar de forma precisa quais são os pontos, mas se acredita que surgiram em um período anterior ao constatado na Bacia de Sousa”, explica.
Almeida destacou a Bacia Costeira como o grande descobrimento de vida pré-histórica na Paraíba. Pelos levantamentos, constatou-se que o mar ocupava onde hoje estão não apenas João Pessoa, mas também cidades vizinhas como Cabedelo, Lucena, Bayeux e Conde. As águas ocupavam uma faixa de aproximadamente 30 quilômetros, além do limite atual. O fato foi comprovado pelo surgimento de rochas que caracterizam a presença do mar, no espaço de tempo entre 70 milhões e 45 milhões de anos.
“Embaixo de João Pessoa estão conjuntos de rochas de 66 milhões de anos que estavam submersas em águas de até 60 metros de profundidade”, informou o professor. Muitos materiais se encontram em pedreiras nos bairros do Róger, Mandacaru e Ilha do Bispo. Nesses locais, existem fósseis marinhos, como de inúmeras espécies de moluscos (caranguejos, siris) que chegavam a três metros de diâmetro. Havia ainda tartarugas marinhas, crocodilos, mossasauros – enormes répteis marinhos – e pterossauros (grandes répteis voadores da família dos dinossauros).
Em alguns locais, a paisagem pode ser comparada à África nos dias de hoje com a presença de animais de espécies parecidas com rinocerontes, elefantes e tigres. Além da Bacia do Litoral, de Sousa e das recentes descobertas na região de Cajazeiras, outros municípios do Agreste, Curimataú, Cariri e Sertão contam com sítios com indícios da megafauna do Pleistoceno, que na escala geológica se encontra no período entre 1,8 milhão e 11,5 mil anos. “A Paraíba é um Estado riquíssimo em acervo paleontológico e arqueológico, mas deixa muito a desejar em termos de pesquisas. Os poderes públicos não fazem investimentos nessa área e os materiais ficam abandonados”, reclama.

Por: Jacqueline Santos
Fonte: Jornal da Paraiba

Marcas da pré-história bem vivas na Paraíba.

Fonte: Jornal da Paraiba
Por: Jacqueline Santos

Muita água e animais marinhos vivendo livremente por toda a área ocupada hoje pela população de João Pessoa e cidades vizinhas como Bayeux e Santa Rita. Dá para imaginar um cenário assim? E o que dizer das regiões onde, na era moderna, abriga Sousa, Triunfo e Pombal? Área verde, lagos cristalinos, preguiças e tatus gigantes, tartarugas do tamanho de um Fusca e diversos animais pré-históricos, especialmente os polêmicos dinossauros. Essas paisagens não são sonho, nem imagens de filme de ficção. Trata-se do perfil de grande parte do Estado milhões de anos atrás.
Segundo estudos realizados na Paraíba, 70% dos municípios do Estado possuem vestígios de fósseis de animais pré-históricos. Para impulsionar a preservação e tentar resgatar o mais remoto de todos os períodos da história, está em processo de implantação o Instituto Nacional de Arqueologia, Paleontologia e Ambiente do Semi-Árido do Nordeste do Brasil, criado no primeiro semestre de 2009.
O tema das pesquisas elaboradas na instituição, cujas atividades iniciaram há dois meses e ainda são muito incipientes, será a forma de vida nas grandes áreas do Semi-Árido nordestino. “Os estudos giram em torno das maneiras de dispersão das populações humanas pleistocênicas – 1,8 milhão de anos – e do começo do holoceno (há cerca de onze mil anos), suas estratégias de sobrevivência e sua adaptação ao paleoambiente”, detalha Anne-Marie Pessis, coordenadora do instituto e professora da Universidade Federal de Pernambuco.
O registro mais antigo de fósseis na Paraíba – o que comprova que havia vida desde então – apareceu na Bacia Sedimentar do Rio do Peixe, em Sousa. Já foram encontradas quase 400 pistas e muitas pegadas isoladas dos bichos gigantescos e outros que são encontrados ainda hoje (com aparência modificada, é claro) em 22 sítios espalhados por várias regiões do Estado. Além dos dinossauros, achou-se resquícios de algumas rãs, largarto, tartarugas e inúmeros invertebrados. Tudo através de análises de icnofósseis (traços fósseis como pegadas, trilhas e ninhos).
Isso quer dizer que a região onde você está pisando agora pode ter sido o terreno de espécies inimagináveis nos dias atuais, os quais consumiam dezenas de quilos de folhagens e em torno de 200 litros de água como mastodontes (parecidos com elefantes), toxidontes (semelhantes a hipopótamos) e outros comuns como lhanas, cavalos e tigres dentes-de-sabre.
O Sertão, onde as pessoas sofrem com a falta de água, por exemplo, era mar. “Em uma parte do Seridó como as cidades do Junco e Santa Luzia existem rochas que indicam que o mar estava presente em alguns bilhões de anos”, informou o professor de paleontologia e pesquisador da Universidade Federal da Paraíba, José Augusto de Almeida.
Segundo o estudioso, nesse mesmo lugar, foram achados sedimentos que comprovam a existência de um lago entre 125 e 144 milhões de anos, o qual surgiu durante a separação dos continentes Sul-Americano e Africano. Havia invertebrados de água doce, a exemplo de moluscos e crustáceos, e ainda insetos. “No lugar do lago, existem rochas cujos sedimentos foram acumulados até esse período”, explica. Era uma região muito farta em água e com uma flora abundante, que propiciava a permanência de várias espécies já extintas com as mudanças geográficas que ocorreram com o passar do tempo.
Em Sousa, a comprovação de que existia vida animal se dá pela identificação das pegadas de espécies não mais encontradas. Por isso, as provas são chamadas de icnofósseis, ou seja, há somente a identificação das pegadas e não dos bichos que lá viviam propriamente ditos. Os estudos possibilitaram a reconstituição dos dinossauros de Sousa – dos tipos ornitópodes e saurópodes, além de icnofósseis de peixes e invertebrados.

Pesquisas
Luciano Jacques de Moraes (em 1924): primeiro relato sobre pegadas de dinossauros.
Murilo Rodolfo de Lima (1981): dezenas de espécies de pólen e esporos da mega fauna.
Geraldo da Costa Barros Muniz (1985): nova icnoespécie da Formação de Sousa.
Ismar de Sousa Carvalho (entre 1989 e 1996): várias pegadas de dinossauros e conchostráceos.
Giuseppe Leonardi e colaboradores (entre 1979 e 1987): pelo menos 21 artigos científicos e quatro novas formas de pegadas.