segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Mais planetas...

Telescópio Kepler descobre cinco novos planetas fora do Sistema Solar

Do UOL Ciência e Saúde

Lançado em março de 2009 para rastrear planetas parecidos com a Terra fora do Sistema Solar, o telescópio espacial Kepler, da Nasa (agência espacial americana), fez suas primeiras descobertas. O equipamento identificou cinco novos exoplanetas, batizados de Kepler 4b, 5b, 6b, 7b e 8b. A novidade foi anunciada nesta segunda-feira (4) em evento da Sociedade Astronômica Americana, em Washington.

Chamados de "Júpiters quentes" por causa de sua massas e altas temperaturas, os recém-descobertos planetas têm entre 2.200 e 3.000 graus Fahrenheit. Segundo cientistas, o calor torna improvável a existência de alguma forma de vida neles. Os cinco exoplanetas giram em órbita de estrelas maiores e mais quentes que o nosso Sol.

domingo, 3 de janeiro de 2010

A descoberta dos primeiros europeus

Há 7 000 anos, muito antes que gregos e romanos erguessem suas civilizações, povos que ocuparam o vale do Rio Danúbio alcançaram um notável desenvolvimento na organização social, na agricultura e no comércio

Laura Ming (Revista Veja)


Uma série de explorações arqueo-lógicas feitas no vale do Rio Danúbio, território hoje dividido entre a Romênia, a Bulgária e a Moldávia, trouxe à tona novidades surpreendentes sobre os povos da Antiguidade. Entre 5500 a.C. e 3500 a.C., aquele pedaço da Europa foi ocupado por populações com um estágio de desenvolvimento notável para o seu tempo. Elas eram organizadas socialmente, praticavam a agricultura e viviam em cidades que chegaram a ter 2 000 moradias, incluindo prédios de dois andares. Sabiam fundir e moldar o cobre – um grande avanço tecnológico para a época – e o ouro e mantinham relações comerciais entre si. Tudo isso milênios antes que os gregos e os romanos erigissem suas civilizações ou até mesmo que os egípcios construíssem suas pirâmides. Como não dominavam a escrita, não deixaram registros que nos informem como chamavam a si próprios. Os historiadores se referem a eles como os povos da Europa antiga e, para identificá-los, usam o nome atual das regiões que habitaram, como Hamangia, Cucuteni e Varna. Uma coleção de 250 objetos e obras de arte dos povos da Europa antiga pode ser vista até o fim de abril no Instituto para Estudos do Mundo Antigo da Universidade Nova York. Pela primeira vez, a maioria das peças deixa os museus dos países nos quais foram encontradas.

Há um século já se sabe da existência dos povos da Europa antiga, mas apenas na década de 70 foram estudados os sítios arqueológicos que permitiram reconstituir sua história. As descobertas dos artefatos, no entanto, permaneceram ocultas pela Cortina de Ferro comunista até o início da década de 90. Mesmo após a queda do Muro de Berlim, os arqueólogos dos grandes centros mundiais de pesquisa tiveram dificuldade em investigar o assunto porque os estudos só haviam sido publicados em romeno, búlgaro e moldávio. "São línguas que poucas pessoas falam na Europa Ocidental. Esperamos que a exposição faça com que mais cientistas se interessem por esses povos e realizem pesquisas sobre eles", disse a VEJA a arqueóloga americana Jennifer Chi, curadora da mostra.

Ainda há muito a descobrir a respeito dos povos da Europa antiga. Sabe-se que migraram de regiões onde hoje estão a Grécia e a Macedônia e que cultivavam trigo e cevada, além de criar gado bovino e ovelhas. Os grupos eram independentes e, provavelmente, falavam várias línguas. Mas mantinham um comércio ativo uns com os outros. Peças feitas de um tipo de concha Spondylus, que existe apenas no Mar Egeu, foram encontradas na Polônia e são o registro arqueológico mais antigo de comércio a longa distância. Acredita-se que, na época, pulseiras e colares feitos com essas conchas fossem tão valiosos quanto os confeccionados com ouro e simbolizassem alto status social.

A peça que mais causa sensação nos visitantes é a estatueta batizada de O Pensador, pela semelhança com a escultura homônima do francês Auguste Rodin (1840-1917). Entre os povos da Europa antiga, imagens masculinas eram raridade. Já as representações de mulheres são comuns. Os corpos estilizados eram vistos como símbolos femininos divinos que trariam fertilidade para os homens e para as terras. Como uma sociedade tão evoluída desapareceu do mapa permanece um mistério. Os historiadores apostam numa invasão de suas terras por guerreiros nômades vindos do norte e também em mudanças no clima da região que teriam inviabilizado a agricultura. Os estudos sobre as mais antigas civilizações da Europa, concordam os cientistas, estão apenas no início.

Super Terra

Um grupo de astrônomos do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, nos Estados Unidos, descobriu um planeta com uma massa seis vezes maior que a da Terra e que pode ter 75% de sua superfície coberta de água, além de uma atmosfera gasosa. A descoberta do planeta, que é um dos que mais se parece com o nosso até então, foi publicada nesta quinta-feira pela revista especializada Nature.

A "Super-Terra", como está sendo chamado o planeta batizado de GJ 1214b, está a 42 anos-luz de distância e em outro sistema solar. Sua relativa proximidade torna possível estudá-lo a ponto de determinar sua atmosfera, informaram os cientistas. "Isso faria desse planeta a primeira 'Super-Terra' com atmosfera confirmada - mesmo que esta atmosfera não seja boa para a vida como a conhecemos", explicou David Charbonneau, que coordenou a equipe de pesquisa.

O GJ 1214b tem uma órbita de 38 horas em torno de uma estrela pequena e fraca, com cerca de um quinto do tamanho do Sol. A temperatura do novo planeta, no entanto, é muito alta para abrigar formas de vida como as terrestres, já que os cientistas calculam que ela gira entre 120 e 280 graus Celsius.

A maior semelhança com a Terra está na densidade, apontam os cientistas. As descobertas até agora sugerem que o planeta recém descoberto é composto por cerca de três quartos de água e gelo e um quarto de rocha. "Apesar de sua temperatura alta, este parece ser um mundo de água", disse Zachory Berta, estudante que primeiro identificou indicações da presença do planeta.

(Com agência France-Presse)