sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Problema moderno e antigo

Estudo em múmias confirma que o homem já sofria de problemas cardiovasculares há mais de 3 mil anos.
Agência FAPESP

Um grupo internacional de cientistas descobriu que problemas cardiovasculares eram conhecidos dos antigos egípcios, indicando que é preciso olhar além dos fatores de risco modernos para compreender adequadamente as doenças do coração.
Os pesquisadores identificaram a formação de arteriosclerose em múmias com cerca de 3,5 mil anos. O endurecimento da parede arterial, causada pelo depósito de gordura, cálcio ou outras substâncias na parede das artérias, pode provovar infarto ou derrame.

O estudo foi apresentado em reunião da American Heart Association nesta terça-feira (17/11), em Orlando, nos Estados Unidos, por Randall Thompson, professor de medicina do Mid America Heart Institute. Um artigo sobre a pesquisa será publicado na edição desta quarta-feira (18/11) do Journal of the American Medical Association (JAMA).

O grupo usou tomografia computadorizada para examinar em raio X 20 múmias do Museu de Antiguidades Egípcias, no Cairo. As múmias datam de 1981 a.C. a 364 d.C.

Os cientistas encontraram evidência de vasos sanguíneos e de tecido do coração em 13 múmias. Em quatro, o coração estava intacto. O grupo confirmou em três delas sinais inequívocos de arteriosclerose, com outras três consideradas como prováveis portadoras de endurecimento arterial.

Segundo o estudo, a calcificação se mostrou significativamente mais comum em múmias de indivíduos que morreram com idade estimada de 45 anos ou mais. Não foi verificada diferenças no endurecimento nas artérias entre homens e mulheres.

Da múmias analisadas, a mais antiga com arteriosclerose morreu entre 1570 a.C. e 1530 a.C. De acordo com o grupo, o trabalho é novo indicador de que a doença não é exclusiva do homem moderno, uma vez que se fazia presente há mais de 3 mil anos.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Água na Lua!

Dados do impacto de sonda da Nasa confirmam água na Lua

da Folha Online

Os resultados do impacto que a Nasa (agência espacial norte-americana) realizou com uma sonda na Lua confirmaram quantidade significativa de água no satélite da Terra, divulgou a agência nesta sexta-feira (13).

A água representa um potencial recurso para sustentar uma futura exploração lunar.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Machu Picchu

Fonte: EPTV.com

Aventura internacional em Machu Picchu, um Santuário Histórico Patrimônio da Humanidade. Este foi o destino do programa Terra da Gente.

No topo do mundo,os repórteres Helen Sacconi (texto) e Antonio Luiz (imagens), sobem a cordilheira dos Andes, no Peru, nas trilhas da civilização Inca. Nas altitudes andinas o povo Inca já construía um império, enquanto o Brasil ainda nem tinha sido descoberto. Agora, pesquisadores desvendam histórias e segredos desta civilização milenar.

Machu Picchu foi escolhida pela Unesco Santuário Histórico Patrimônio da Humanidade. A cidade peruana, construída a quase três mil metros de altitude, faz parte da complexa civilização Inca, um império nas Américas tão antigo quanto os reinados da Europa. Para o povo Inca, nas montanhas da Cordilheira dos Andes está a origem de tudo. Por milhares de anos, desenvolveram uma sociedade de cultura e técnicas de construção avançadas. Eles fizeram surgir nas alturas uma civilização sem igual em outra parte do mundo.

Para chegar até a cidade perdida dos Incas, a jornada nas trilhas tem caminhada e muita cavalgada. O destino é Machu Picchu, mas, entre montanhas e gelo, são muitas as aventuras pelo caminho da nossa equipe. Guiados por xamãs - descendentes dos Incas, os repórteres do Terra da Gente participam de rituais sagrados. Um desses rituais é mascar folha de coca, uma forma de amenizar a baixa quantidade de oxigênio. O desafio da cavalgada dos nossos repórteres é chegar ao topo da montanha sagrada, a uma altitude de 4.500 metros. Uma aventura que termina num grande lago glacial. No meio do caminho, a rota Inca surpreende os aventureiros com a Floresta Amazônica peruana. As flores e as aves dão mais vida às trilhas de Machu Picchu. A peregrinação à velha montanha está perto do fim. O que não termina para os nossos aventureiros são as novas descobertas nas trilhas do império Inca. O povo das cordilheiras andinas tinha conhecimento de astronomia e dominava técnicas de construção e agricultura. As últimas escavações indicam que ainda existem muitos segredos sob as ruínas da cidade sagrada.

Em Machu Picchu, se abre um espetáculo da história da humanidade: a vista privilegiada permite observar as características das ruínas. A construção tem o formato de um condor, ave símbolo de força e liberdade para os moradores dos Andes. É separada em dois grandes setores: o agrícola, onde estão os degraus de experiências e plantio; e a cidade em si, com casas e templos para adoração dos deuses. A construção segue o padrão visto em outras ruínas do Vale Sagrado. Pedras de granito branco pesando toneladas formam estruturas com acabamento e encaixes tão perfeitos que intrigam até mesmo os engenheiros modernos. A geologia é composta por rochas de 250 milhões de anos. A cidade foi construída a partir da base do rio para cima, técnica contra as erosões. E a obra do império Inca não para de surpreender. Um novo caminho foi desvendado em julho deste ano (2009), na montanha atrás das ruínas. Primeiras impressões

Umbigo do mundo. Assim é chamada a capital do povo inca, no Peru. É uma das cidades mais antigas do continente. Há indícios de sua existência 5 mil anos antes de Cristo. Estamos em Cuzco. A cidade de 450 mil habitantes é uma das mais altas do mundo. Está a 3.500 metros de altitude e é o ponto de partida da nossa aventura. Nosso objetivo é chegar a uma das maravilhas do mundo: o santuário histórico de Machu Picchu.

Quase todos que visitam a cidade inca mais famosa, passam antes, por aqui. Em língua indígena, além de umbigo, Cuzco quer dizer centro. No entanto, no mapa, o município está localizado ao sudeste do Peru. Por terra, até Machu Picchu são 110 km de distância. E dezenas de caminhos incas ligam as duas cidades. Nas ruas, muitos contrastes.

Nos arredores da capital inca, uma muralha para proteger o império de ataques demonstra a habilidade dos homens que viveram há milhares de anos neste local. É a fortaleza Saqsaywaman, que significa falcão. Alguns especialistas a consideram mais importante até do que Machu Picchu.

A obra levou 77 anos para ficar pronta e resistiu a tremores e vendavais até a invasão espanhola no Peru em meados de 1500. Hoje, o que se vê são apenas 20% do conjunto arqueológico. O suficiente para atrair milhares de turistas todos os anos. Seguindo caminho ao sul, em direção a Machu Picchu, entramos na área conhecida como Vale Sagrado. O nome não é consequência do acaso.

Cercado de montanhas, o vale abriga uma das terras mais férteis do país. Há milhares de anos, os moradores utilizam o solo para agricultura e uma das provas se mantém preservada no lugar, chamado Olantaytambo.

Com ruas estreitas e um povo simples, Olantaytambo é considerada a cidade inca viva mais antiga do mundo. Aqui está o parque arqueológico que ganhou o mesmo nome. Um laboratório agronômico construído nas montanhas.

Os degraus eram usados para fazer experiências com milho e batatas. Os incas descobriram que cada patamar tem uma temperatura diferente e desenvolveram culturas ao longo de toda montanha. Até hoje, a agricultura continua o principal fator econômico dos moradores.

Ao redor das experiências, as construções em rocha seguem o padrão das outras ruínas incas e chamam a atenção pela forma como estão dispostas. Não há qualquer tipo de massa entre os blocos e os encaixes são perfeitos. A forma como as pedras foram levadas continua um mistério.

domingo, 1 de novembro de 2009

A Ilha de Páscoa quer se proteger dos imigrantes e dos turistas

Christine Legrand
Em Buenos Aires (Argentina)

Os 5 mil habitantes da Ilha de Páscoa não gostam dos turistas. Ou gostam somente em pequenas doses. Nesse território chileno isolado do mundo, a 4 mil km de Santiago, cerca de 1.300 eleitores (mais de 96% do total) aprovaram, em 24 de outubro, uma reforma da Constituição que deverá dar às autoridades da ilha do Pacífico um controle maior sobre seus fluxos migratórios.

O referendo popular, organizado pelo governo de Santiago, respondia às preocupações dos habitantes, de origem polinésia, em sua maioria. Os autóctones denunciam o impacto negativo do turismo e da imigração sobre sua cultura, o patrimônio e o ecossistema da ilha, um pequeno paraíso de somente 164 km2. Em agosto eles bloquearam, durante 48 horas, o único aeroporto, para reivindicar limites para a duração da permanência dos turistas e para a imigração crescente de chilenos vindos do continente.


Moai com um pedaço inferior da orelha direita faltando, na Ilha de Páscoa


A Ilha de Páscoa, descoberta em 1722 pelos holandeses, exerce uma fascinação sobre os viajantes do mundo inteiro. Todos os anos, 50 mil turistas visitam suas praias, suas paisagens vulcânicas e suas centenas de Moais. A construção dessas imponentes estátuas de pedra, que pesam toneladas e medem até 20 metros de altura, continua sendo um mistério. Alguns habitantes chegam a falar em participação de extraterrestres...

Após negociações com as autoridades da ilha, o governo chileno havia instaurado, em setembro, um sistema de formulários de migração para "melhorar a informação sobre os visitantes", segundo o vice-ministro chileno do Interior, Patrício Rosende. Os turistas deveriam detalhar o motivo, a duração e seu local de hospedagem em um "formulário especial de visitante", que teriam que preencher ao desembarcarem no aeroporto de Santiago, o único a atender Rapa Nui, nome polinésio da Ilha de Páscoa. A Suprema Corte julgou essa medida "ilegal e arbitrária", e os juízes invocaram o direito à livre circulação sobre o território chileno como um todo. "É preciso controlar o crescimento da Ilha de Páscoa", admite Rosende. "É um território muito frágil que não suporta fluxos indeterminados de imigrantes que ali se instalam." Os habitantes da Ilha de Páscoa acusam os chilenos do continente instalados na pacífica ilhota, de causarem uma criminalidade nunca vista até então. E eles os criticam, assim como os turistas, por colocarem em risco o equilíbrio ecológico da ilha, que é patrimônio mundial da Unesco.

Tradução: Lana Lim