segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Sopinha de 2.400 anos!

Encontrada na China marmita com sopa preparada há 2.400 anos


PEQUIM, 13 dez 2010 (AFP) -Arqueólogos chineses acreditam ter encontrado uma marmita de bronze com uma sopa preparada há 2.400 anos, informa imprensa oficial do país.

A descoberta foi feita na escavação de uma tumba na região de Xian (norte), antiga capital chinesa e atual província de Shaanxi, segundo o jornal Global Times.

"Esta é a primeira vez na história arqueológica chinesa que encontramos uma sopa que contém ossos", explicou Liu Daiyun, do Instituto de Arqueologia da província de Shaanxi.

"Esta descoberta será particularmente útil para estudar os costumes alimentares dos Reinos Combatentes" (Séculos V-III antes de Cristo), acrescentou.

Durante as obras de ampliação do aeroporto de Xian, cidade célebre pelo exército enterrado de guerreiros de terracota, foram encontradas a tumba e o recipiente - uma pequena marmita trípode - contendo os ossos e um líquido esverdeado.

O líquido deve ser analisado para permitir a descoberta dos ingredientes e confirmar que se tratava de uma sopa.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Mudanças climáticas colocam em perigo tesouros arqueológicos

DA FRANCE PRESSE

A desertificação, o degelo, o aumento das chuvas torrenciais e dos furacões como consequência das mudanças climáticas podem destruir diversos tesouros arqueológicos, como templos maias, alertaram especialistas.

Múmias decompostas na Sibéria, pirâmides enterradas na areia no Sudão, templos maias que implodem: as mudanças climáticas podem destruir vários tesouros arqueológicos, mas também revelar novas descobertas, como Oetzi, o "homem do gelo" encontrado em 1991 em uma geleira nos Alpes.

O degelo, por exemplo, ameaça vestígios de kurgans, tumbas da época dos Escitas, na Ásia Central, garantiu Henri-Paul Francfort, que chefia uma missão francesa nesta região para estudar os restos desta civilização nômade nas montanhas de Altai, na Sibéria.

"O permafrost, camada de terra constantemente gelada que os conservou até agora, derrete e ameaça decompor os corpos mumificados, tatuados, enterrados com cavalos sacrificados, peles, objetos de madeira, vestuário", explicou o especialista.

"Se não nos anteciparmos, logo será muito tarde", alertou o arqueólogo, que confirmou um degelo muito importante no Ártico em 2010.

O aquecimento, entretanto, pode ter o efeito contrário. No Tirol italiano, "é, sem dúvida, a retração de uma geleira que permitiu descobrir um dia o Oetzi, um guerreiro de 5.300 anos atrás. O derretimento das geleiras, especialmente na Noruega, frequentemente traz à tona outros vestígios", justificou.

Outro motivo de inquietação é o aumento do nível dos mares. Segundo os últimos dados dos cientistas, o nível da água subirá um metro até 2100, ameaçando regiões costeiras inteiras.

"A elevação das águas em certas ilhas do Pacífico provocará inevitavelmente a destruição dessas zonas costeiras. Na Tanzânia, a erosão marítima destruiu um muro do forte de Kilma, construído pelos portugueses em 1505", relatou Francfort.

Em Bangladesh, a cidade de Panam-Sonargaon, centro do reino de Bengala do século 15 ao 19 e um dos cem locais ameaçados pela Unesco, é frequentemente inundada pela elevação do nível das águas.

A multiplicação de fenômenos climáticos extremos, "especialmente os ciclones com cargas de água excepcionais que caem em tempo recorde", preocupa também os arqueólogos, segundo Dominique Michelet, especialista francês em arqueologia da América.

Michelet citou os casos de Chan Chan, do antigo reino chimú, e a maior cidade da América pré-colombiana (Peru), castigada pelas inundações provocadas pelo fenômeno El Niño, e o do templo maia de Tabasqueno (México), destruído pelos furacões Opalo e Rozana em 1995, mas restaurado posteriormente.

"Os arqueólogos estabilizaram o templo principal, mas os edifícios encheram de água e implodiram", explicou.

Vincent Charpentier, no Instituto Francês de Pesquisas Arqueológicas Preventivas (INRAP), especialista em zonas costeiras, confirmou esta ameaça.

"No sultanato de Omã, os ciclones Gonu, em 2007, e Phet, no verão passado (do hemisfério norte), enterraram na areia locais de 5.000 a 6.000 anos antes de nossa era", contou.

A areia é um dos piores inimigos dos vestígios antigos, especialmente nos desertos. No Sudão, as dunas que rodeavam a cidade de Meroe, capital do reino de Nubia (do século 3 a.C ao 4 d.C), atacaram as pirâmides e as enterraram.

Michelet jugou "indispensável um trabalho de alerta que deve ir além de um inventário dos locais ameaçados catalogado pela Unesco".